Toda a minha vida (طول عمري) – 2008

Em comemoração à luta pelos direitos LGBT no Brasil e no mundo, no Cineclube Zawya:

 

Toda a minha vida (2008 – طول عمري). Considerado o primeiro filme a lidar com a questão da homossexualidade e o status dos homossexuais no Egito. Para esta ficção, o diretor em usou as influências da vida real e de sua própria experiência nas prisões de 2001 do Cairo 52 (referência aos cinquenta e dois homens presos, a bordo da boate The Queen Boat, atracada no rio Nilo) para construir o retrato das condições dos gays no Egito.

 

Direção e roteiro: Maher Sabry

 

Mazen Nassar: Rami

Ayman: Walid

Jwana as Dalia Louay: Kareem

Julian Gonzalez Esparza: Ahmad

Mehammed Amadeus: Mina

Maged:  Atef

 

Tempo: 120min

Colorido

Egito

Árabe, com legendas em francês.

 

 

 

Maher Sabry (ماهر صبري, nascido em 11 de abril de 1967) é diretor de teatro, dramaturgo, diretor de cinema, produtor e roteirista, poeta, escritor e cartunista.

Ativista gay, ele é o primeiro diretor a retratar o amor gay de maneira lírica e simpática nos palcos egípcios, além de dirigir o primeiro filme gay egípcio. Também publicou poesia em várias publicações de língua árabe. Marionette é sua primeira coleção de poesia, publicada em 1998 pela Garad Books, no Cairo.

Em 2005, tornou-se membro fundador da Egyptian Underground Film Society (EUFS) (الجمعية المصرية للأفلام المهمشة) como uma saída para promover a produção de filmes independentes egípcios e apoiar a liberdade de expressão longe das restrições legais, censura e valores tradicionais impostos.

 

 

ZAWYA CINECLUBE

Edifício Yacubian – 2006

Filme baseado no romance de Aala al-Aswani, publicado em 2002.

 

O Yacubian existe realmente: é um edifício no centro do Cairo onde moram pessoas de diferentes classes sociais. Nos apartamentos amplos, moram os ricos, como Zaki, um velho libertino e decadente, e o jornalista Hatim, que busca o amor em um país onde ser gay é crime. Nas precárias habitações do telhado, vivem os mais pobres como a bela Buthaina, uma jovem que busca sustentar sua família e manter a dignidade enquanto resiste ao assédio masculino. seu noivo Taha, cujo maior sonho é ser policial, vê suas ilusões de igualdade desfeitas  quando é reprovado na entrevista e humilhado por ser filho do porteiro. As diferentes historias se entrecruzam neste ambiente onde a hipocrisia reina soberana.

Apesar de ter sido alvo de protestos no parlamento egípcio por ser tachado de “romance gay”, o filme foi um grande sucesso nacional e internacional. O autor do romance homônimo de 2002, Aala al-Aswani, foi impedido de comparecer à premiére por ser forte crítico do governo Mubarak. Muitos intelectuais consideram que este romance foi um dos gatilhos que dispararam os protestos de 2011 por falar de temas como corrupção e hipocrisia dos homens de religião.

 

Ficha técnica:

Direção: Marwan Hamed

Gênero: Drama

Egito/França, 2006

Elenco: Abdel Emam (Zaki), Hind Sabri (Buthaina), Khaled Saleh (Hatim)

172 min

LEGENDAS EM espanhol

 

ZAWYA CINECLUBE

Image

Cairo Station – 1958

Cairo Station (باب الحديد )

Ficha técnica:

Direção: Youssef Chahine

Roteiro: Abdel HayAbib, Mohamed Abou Youssef

País: Egito

Com: Farid Shawqi (Abu Siri), Hind Rostom (Hanuma), Youssef Chahine (Qinawi) e Hassan al Baroudi (Hassam el Baroudi)

Formato: Preto e branco

Gênero: Drama psicológico

Duração: 77 minutos

 

Sinopse

O proprietário de uma banca de jornal tem pena de Qinawi, um jovem coxo e dá-lhe um emprego vendendo jornais na estação de trem do Cairo. Lá, todas as mulheres evitam-no por causa de sua deficiência. Qinawi se torna obcecado por Hamuna, uma bela vendedora de bebida fria. Mas ela está noiva de Abu Siri, um carregador de bagagens que está tentando organizar seus colegas de trabalho em um sindicato para melhorar as suas condições de trabalho. Qinawi a pede em casamento, porém quando ela rejeita sua fantasia de um lar e dos filhos em sua aldeia e sua obsessão se transforma em loucura.

cena

 

Youssef Gabriel Chahine [يوسف جبريل شاهين] (Alexandria, 25 de janeiro de 1926 – Cairo, 27 de julho de 2008).

Diretor e produtor de cinema egípcio, ele realizou cerca de 40 filmes entre ficção e documentários. Em 1997, obteve o grande prêmio do 50º edição do festival de Cannes pelo conjunto de sua obra.

Chahine nasceu em uma família cristã católica greco-melquita de origem libanesa. Após estudar em uma escola católica em Alexandria, ingressa no prestigioso Victória College. Em seguida, depois de um ano na Universidade de Alexandria, muda-se para Hollywood, nos Estados Unidos, para de estudar teatro no Pasadena Playhouse. Com o fim da II Guerra Mundial, retorna para o Egito e começa a se interessar pela direção, deixando de lado suas ambições de ator.

Em 1950, lança seu primeiro filme (Baba Amin). Um ano depois, recebe o convite do Festival de Cannes para projetar Filho do Nilo.

Em sua série de quatro filmes autobiográficos, mostra os conflitos e êxitos em sua vida: Alexandria… Por quê? (إسكندرية… ليه؟) (1978), Uma história egípcia (حدوتة مصرية) (1982), Alexandria, de novo e sempre (إسكندرية كمان كمان) (1990) e Alexandria… Nova Iorque (إسكندرية – نيويورك) (2004). Nesta série, mostra sua educação internacional e também a sua bissexualidade. Em cada um desses filmes, o diretor mostra abertamente como teve amantes femininos e masculinos.

Um de seus filmes mais célebres é O sexto dia (اليوم الساس) (1986), marcado pelo último aparecimento em filme da atriz e cantora Dalida antes de sua morte.

Seus filmes pertencem a diversos gêneros como o melodrama, reconstituição histórica e autobiografia. Em suas películas ele expressa suas preocupações sociais (O filho do Nilo, 1951 – ابن النيل) e políticas (Jamila, o argelino, 1958 – جميلة بوحريد), bem como as suas preocupações sobre a ascensão do fundamentalismo (O Destino, 1997 – المصير) e corrupção (Isso é o caos…?, 2007 – هي فوضى..؟).

 

Referências:

https://en.wikipedia.org/wiki/Youssef_Chahine

http://www.routard.com/mag_dossiers/id_dm/149/ordre/11.htm

Zawya Cineclube